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Entrevista Semanal, Jackson da Mata




JACKSON DA MATA nasceu em Manaus e faz parte da nova safra de escritores Amazônidas. Romancista, contista, cronista e apaixonado por literatura, busca através do ministério da arte impressa expressar suas idéias. Além de ficcionista o autor se dedica a literatura Cristã, no qual pela Editora Giostri publicou a sua estréia literária – O Maior dos Desafios: um caminho para o despertar da graça e o Romance – A Próxima Cartada. Confira mais sobre o autor e algumas de suas crônicas em: http://www.jacksondamata.wordpress.com 

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Os livros do Jackson da Mata tem um forte apelo religioso, o que é algo interessante, pois, a cada dia nos afastamos de pensamentos espirituais. O primeiro livro, O maior dos desafios, possui reflexões mais profundas sobre a religiosidade, permitindo ao leitor encontrar-se com o seu interior e pensar mais sobre a vida. Já no segundo livro, A Próxima Cartada, o autor, através do romance, consegue debater questões relevantes do nosso cotidiano, como o aumento do individualismo. Esta perda, significa para muitos, o despertar de uma depressão ou de um isolamento que prejudica todos ao redor . Vale a pena conferir as sinopses.

1) Quais sentimentos te levou a escrever o livro ? Qual sua visão sobre ele?

R: Há uns dez anos visitei uma vila no interior do Amazonas e ouvi histórias de ex hansenianos. Relatos surpreendentes de vitimados, não só por uma doença milenar, mas pelo preconceito. Essa visita foi uma semente que brotaria anos mais tarde nas páginas impressas de A Próxima Cartada. Eu não pensava em escrever um livro quando colhi esses relatos na memória. Mas, pensar em um sentimento que me levou a escrever A Próxima Cartada, talvez seja uma mescla de amor e ódio. Amor pelos que foram vitimados pela doença milenar e ódio pelo modo em que foram tratados pela sociedade e pelo governo brasileiro.


2) Qual o significado do titulo ? De onde veio?

R: A Próxima Cartada é uma tentativa de fuga do monótono, do comum. Uma ação inesperada que faz alusão a desilusão social. Veio do estado em que o personagem principal, (Otto Sibarita) estava se enclausurando na criação do enredo.


3) Como é ter um livro publicado ?

R: Publicar é tornar público e é preciso uma relação de confiança com o que você escreve. Eu já tive muitos escritos que precisei lançá-los ao lixo. Comecei pensando que eu seria musicista, compositor; e de fato escrevi várias letras. Mas se eu as considerasse boas sairia tornando-as publicas. E como é arriscado você tornar público os seus rascunhos de aprendizagem. Amo a arte de se expressar através da letra! – Me alegro, não em ver meus livros publicados, mas em saber que eu fui capaz, fazendo o que gosto, de contribuir com algo.


4) Como escritor creio que goste muito de ler. Quais gêneros literários mais lhe agradam?

R: Leio de tudo. Não os modismos literários, mas a que estimula a consciência política e social,... É lamentável ver nossos “leitores” nas filas dos cinquenta tons,... Mas essa é outra história! - Gosto de Graciliano, Érico Veríssimo, Machado, Chesterton. Não dá pra enumerar autores aqui, mas a vasta literatura me encanta. Tenho um pequeno acervo de livros que faço questão de cheirar todos os dias. A literatura aponta caminhos e é de fundamental importância que nosso país seja pensado e repensado através da literatura. Tenho uma queda por ensaios, contos, crônicas e romances.

5) O que você sente quando vê uma ótima crítica sobre o seu livro?

R: Penso: Valeu à pena, mas: “Cuidado com o ego!”. O grande mal que assola muitos escritores é o orgulho. Conheço vários com essa síndrome! – Assim como um pedreiro trabalha na arte da construção, um escritor oficializa-se nas letras. Nada demais!

6) Como foi a experiência durante o processo de escrita do livro?

R: Há alguns anos quando decidi que queria escrever meu primeiro romance, entendi que precisava sair do meu ambiente, meu conforto. Saí de Manaus e por um pouco mais de um ano morei em Santa Catarina. O sul do Brasil sempre me encantou; encantou tanto que casei com uma gaúcha, de Gramado. Por lá mergulhei nos livros e conheci algumas cidades, como: Porto Alegre, Passo Fundo, Foz do Iguaçu, Ciudad Del Est, no Paraguai, Puerto Iguaçu na Argentina, locais em que acabei ambientando a trama, apesar de que é em Brasília e no Amazonas que se passam a maior parte da narrativa. - A distância do seu conforto familiar te ajuda a entender o que se passa pelo seu país e põe à prova os seus verdadeiros sonhos. - Foi morando sozinho, onde não tenho nenhum tipo de parentesco, que tive a experiência de conhecer o quanto nossa sociedade está individualista, insegura e cultiva seus medos. Como um cão que marca território, nossa sociedade teme a tudo o que soa estranho ao seu ambiente.

7)Você pretende publicar mais livros ? Já está trabalhando em algum?

R: Pretendo continuar escrevendo até que Deus me leve aos aposentos eternos. Atualmente estou escrevendo um romance,  mas por enquanto o assunto do romance é segredo. Nesses meios períodos venho publicando contos e crônicas em antologias, pois acho legal o compartilhamento.

8)Quais desafios você teve de enfrentar para a publicação do seu livro ?

R: Quando você publica o primeiro livro, o segundo fica mais fácil. Meu editor gostou do projeto, apesar de ser 100% diferente do primeiro e quis juntá-lo ao catálogo. O desafio maior foi falar sobre o primeiro livro, (O Maior dos Desafios) que era uma mensagem que eu precisava passar, estando com os pensamentos subversivos do segundo livro. Eu me sentia em outra galáxia!

9) Você está realizado com a publicação do livro ? Qual o seu sentimento em relação a isso?

R: É algo a menos pra se preocupar. Depois que eu publico um, fico livre pra pensar em outros.

10) Por fim, o que deseja para os leitores ?

R: Espero que gostem e entendam que, apesar de ser baseado na realidade monótona, é só ficção. Mas uma ficção que beira a realidade!
Entrevista concedida a