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Entrevista: Jackson da Mata, Cristão e Ficcionista

Entrevista: Jackson da Mata, Cristão e Ficcionista

Como foi o processo de construção do seu livro, O Maior dos Desafios?

O Maior dos Desafios foi escrito para pessoas que desejam o estado de graça, mas não o encontraram na igreja institucional como achavam que encontrariam. O livro foi escrito pela necessidade de mostrar o quanto a igreja cristã brasileira está envenenada; expor a minha insatisfação quanto à teologia da prosperidade e as excentricidades provindas de ministros maculadores do evangelho da graça.

 

 

Quais foram as inspirações para a sua criação literária?

Minha maior inspiração e motivação é minha família; sem eles é provável que eu jamais tivesse algum progresso.

 

Quais foram os trâmites da publicação?

Tenho o hábito de escrever outros trabalhos no mesmo período, às vezes projetos totalmente diferentes. No processo de criação de O Maior dos Desafios, por exemplo, eu parava por uns meses e dava continuidade em outros projetos, como o A Próxima Cartada. Após o livro ter ficado pronto, veio a parte chata, o da publicação. No processo de publicação encontrei de tudo: propostas de “editores” assassinos, sangues sugas, etc. Percebi também que algumas grandes editoras cristãs não se preocupam verdadeiramente com o compromisso que deveria.

 
"O maior dos desafios" fala de quê? O que pretende passar aos leitores e o que os leitores podem esperar do livro?

O Maior dos Desafios fala de graça! Quando aprendi o conceito de graça, entendi que minha luta, meu esforço humano em tentar “ganhar a atenção de Deus”, estava equivocado.  O ministério em que eu estava inserido estava me ensinando a ser um legalista nato.  Em meu desespero, tentei me encaixar em outros ministérios, mas sem sucesso. Do norte ao sul do Brasil a igreja está no mesmo estado de contaminação legalista. Percebi a massa de cristãos levianos. De cristãos que se preocupavam mais com a imagem do que com o caráter. De cristãos que amam entre as quatro paredes da instituição, mas quando saem às ruas esquecem-se do amor pelo próximo.  Daí surgiu o nome do livro, O Maior dos Desafios.

 

Fale sobre a repercussão do seu livro desde a publicação (dos sentimentos pessoais ao feedback dos leitores).

A parte mais difícil, quando se escreve literatura cristã e ficção ao mesmo tempo, é a mescla do público. Em sua grande maioria, eles não compartilham dos dois tipos de literatura. Meu público é, em sua maior parte, de “não cristãos”. Muitos dos que compraram o livro não costumam ler literatura cristã. Da mesma forma, a maioria dos “cristãos” não lê ficção, a porcentagem é baixa. Desta forma, preciso conquistar dois públicos paralelos.

Quais são seus planos para o futuro? Um próximo livro?

Estou lançando em 2014, na Feira do Livro de Manaus, o Romance A Próxima Cartada. E posteriormente a antologia pessoas: A Expressão do Completo, seguido do romance A Ribeirinha.

 

Como você vê o gênero Literatura Cristã?

Como é notória, a literatura cristã está em “alta”. As livrarias estão com espaços destinado ao público cristão. Mas, infelizmente, o que encontramos são livros que não acrescentam. Assim como existem os modismos literários em outros gêneros, a literatura cristã não fica de fora. O triste é ver que grande parte dos leitores cristãos só lê literatura cristã, e quando leem. Alguns andam com uma bíblia debaixo do braço e esquecem até de que é pra ser lida.

 

O que ESCREVER é para você?

Vejo alguns blogueiros dizerem: escrever é minha terapia. Penso: quanto equívoco! - Escrever é cansativo, dá trabalho, toma tempo e até dinheiro. Pois deixamos de fazer muitas outras coisas “mais” prazerosas.

Quantos escritores já perderam o dia de praia por terem que escrever? Quantos deixaram de lado o cinema com a esposa, a família ou os amigos por ter que entregar o livro ao seu editor naquela mesma semana?

Escrever é, literalmente, entediante! Mas o que seria de nós se resolvêssemos deixar de fazer o que desejamos por receio de encarar a monotonia?

Minha alegria está no intervalo de um livro ao outro, quando paro para desfrutar do paralelo. Minha alegria está na certeza de que estou deixando minha semente, meu legado, às novas gerações.

 

Como você vê o universo da literatura hoje?

A literatura brasileira vive um bom momento.

Entre o que vem de fora e o que é feito aqui no Brasil, prefiro o que é feito aqui. Não apenas por incentivo aos nossos escritores, mas pela qualidade dos nossos autores; os novos e os já consagrados. O que estão faltando são bons leitores. Infelizmente, os poucos que temos, estão presos na literatura internacional.

Nada contra os autores de outros países, mas se os nossos editores não pararem de priorizar o que vem de fora, por achar que é mais vendável, perderemos a chance de conhecer muitos talentos de nosso país, e principalmente de exportar mais assiduamente os nossos autores.

Em minha cidade, Manaus, quando se fala de literatura, só lembra-se do grande “boom dos anos 50”, do clube da madrugada, e dos poucos autores reconhecidos contemporâneos. Muitos não conhecem a vasta literatura urbana espalhada pelo recondido da cidade. Não temos muitos livreiros comprometidos como no sul e sudeste brasileiro, e consequentemente não temos muitos bons leitores.

 

 

O Maior dos Desafios - um caminho para o despertar da graça, de Jackson da Mata, é uma obra de caráter excêntrico no qual decorre de forma concisa sobre questões não resolvidas na igreja institucional. O autor não se intimida em suas palavras ao abordar fatos que traçam a personalidade humana. Em uma profunda convicção se sente desafiado e expõe com clareza os problemas abrangentes na igreja institucional. Ao mesmo tempo, numa demonstração de compaixão, o autor mostra que através do serviço ao próximo, somos levados ao aperfeiçoamento da comunhão com o Criador e a uma melhor compreensão do evangelho da graça. Destarte o livro abrange a vida e obra de ministros que marcaram época no decorrer dos tempos e a batalha traçada em prol da liberdade cristã. O maior dos desafios é uma obra magistral, apaixonadamente escrito. Um livro bastante interessante e conciso. Junte-se ao autor nesta mensagem convidativa da graça e descubra qual o maior dos desafios da igreja Cristã no século XXI.